terça-feira, 24 de maio de 2011

Filmes da Nikon F2 da Patagônia 2006

O fotógrafo Renato Gama e um chevrolet 1900 e sei lá quanto,
parece um carro da corrida maluca...





Na "Volta Patagônica 2006" estreiei uma EOS20D da canon, mas ainda levei a velha Nikon F2 1980 com filme.
E acabei deixando essas fotos analógicas para trás pois foram milhares de fotos digitais numa viagem de 35 dias pela patagônia argentina e chilena e apenas dois ou tres filmes Fuji800asa35 poses





Esta é a foto que o Gama estava fazendo (neste caso digital)

Fizemos exposições de fotos desta viagem umas duas vezes pelo menos, mas usei as digitais pela facilidade então dia desses achei o arquivo desses scaneamentos que estão aqui neste post.

Esperamos a balsa em Colônia del Sacramento, e para matar tempo fui experimentar o equipamento.

Barco de salvamento do Rio da Prata, um verdadeiro submarino,
imagina os pampeiros que isso aí não aguenta.

Uma das esquinas da charmosa Colônia del Sacramento.

Um dos carros antigos de Colônia - Uruguai
Depois das fotos de Colônia devo ter guardado a Nikon e comecei a ser seduzido pelo mundo digital...
Mas ao chegar na entrada do Parque Nacional Torres del Paine no Chile, lá no sul do mundo, tirei a Nikon de novo e fiz alguns clicks...

A verdinha com o Parque ao fundo, nessa hora resávamos para que o céu abrisse azul polarizado...  Hehehe...

Quadro para pendurar na garagem.
E o céu abriu mesmo. Olha só o tamanho da Toya do Gama na paisagem
lá no fim do caminho.

A Toya vira um Toy frente a este paredão de rochas escarpadas.
E essas montanhas que, dizem são tímidas aos turistas e se escondem sempre
entre nuvens, nos concederam um belíssimo espetáculo.

A dupla de viaturas guerreiras apreciando a paisagem.



Devo ter guardado a câmera de novo pois só aparecem fotos do começo do Parque.
Depois voltei a usa-la em Puerto Natales onde pousamos


Puerto Natales com os Cisnes de colo negro forrageando no Estreito de Magalhães.
A verdinha 1977 voltando de Ushuaia pela famosa Ruta 40.
Depois só tirei ela da mochila novamente em Bariloche, depois do Gama voltar pra Ilha eu ficar uns dois dias apenas em Bariloche me recuperando do on-the-road que foi de Bajo caracoles até Esquel pela carretera austral chilena, pelo outro lado da cordilheira até atravessar o paso Futaleufu.


Lago Nahuel Huapi descoberto por Perito Moreno e hoje Parque Nacional.
Me despedi da Argentina e da viagem assim, depois só uns clicks digitais em Buenos Aires e casa...

Usei a Nikon F2 para registrar o equipamento novo
(hoje já trocada a câmera  por uma EOS30D)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Perito Moreno

Este é o Glaciar Perito Moreno, o mais conhecido ventisqueiro da Argentina.
Eu e a Chi em 2005  atravessamos a Patagonia central, de Puerto Maydrin até Esquel e tivemos um probleminha mecânico, "se rompieram dos roscas del burro de arranque"na altura de Paso de los Índios.  (Apesar desta história não estar lá a viagem está: http://toyabrazil.blogspot.com/2010/09/trip-pela-patagonia-central-ate-chiloe.html  )
Fomos "salvos" por um médico argentino que voltava com sua família das férias, ele parou sua Blaser e ofereceu providencial ajuda aos hermanos brasileños.  Depois ainda nos ajudaram a encontrar uma boa pousada e, no outro dia ainda, o Dr. Rodolfo me ajudou a fazer a Toya pegar e me apresentou o Sr. Mário, um excelente mecânico de Esquel do qual virei freguês.


Na Volta Patagônica, com os dois jipes em 2006, eu e o Gama visitamos a família do Dr. Rodolfo e numa conversa em torno de um chimarrão na varanda do chalé da famíla em Esquel, falamos de patagônia, pioneirismo, vestisqueiros, passos andinos e Perito Moreno...  No final o Rodolfo, ao ver o meu interesse pela região, me presenteou com o livro Viaje a la patagônia austral de Francisco P. Moreno. Nos despedimos deixando umas camisetas da viagem de presente também.


Na volta para casa comecei a ler, mas o stress do trabalho me afastou da leitura, agora em 2011 peguei o livro de novo, me encantei e o li todo de uma vez só.
Fantástica a aventura do Jovem Francisco Moreno em 1875 desbravando os territórios da patagônia  e os lagos andinos.


Coloquei algumas informações que já tinha sobre esta figura histórica argentina em dia e descobri muitas afinidades viajeras com ele. Entendi também porque o Mário havia elogiado o Rodolfo chamando-o de un gaucho, sem o acento no ú como nossos visinhos Riograndenses.

Francisco P. Moreno era um naturalista interessado em geologia,  botânica, zoologia, antropologia e um apaixonado pelo território de seu país.
Seu amor pela natureza, parece ter vindo da influência de uma tia-avó paterna, que viajava, colecionava objetos raros e exóticos e promovia pequenas exposições das coleções que conseguia. O pequeno Francisco parece ter sido influenciado por este modelo pois foi o que fez a vida toda como naturalista, diretor de museu e Perito Argentino nas questôes de fronteiras patagônicas com o Chile.

Francisco Pascásio Moreno nasceu em B. Aires em 31 de maio de 1852 e faleceu em 22 de novembro de 1919 na mesma cidade, quando se preparava para retornar ao Lago Nahuel Huapi pensando em terminar por lá os seus dias.
Aos poucos relembrei da história do nome "Perito Moreno", sendo "perito" o cargo dado pelo governo federal ao homem que ficou para sempre na memória argentina, não há quase nenhuma cidade patagônica que não possua uma rua ou uma praça chamada Perito Moreno. Além disso este nome batiza também uma cidade na Ruta 40, um Parque Nacional na Ruta 37 e o famoso Glaciar Perito Moreno no Parque nacional Los Glaciares em El Calafate. Aliás esta cidade fica na beira do Lago Argentino batizado assim devido ao patriotismo de seu descobridor, que navegou em suas águas em 1875 sem chegar a ver o famoso vestisqueiro que hoje leva seu nome..
Ele também foi o primeiro "homem branco" a chegar ao lago Nahuel Huapi, onde fica San Carlos de Bariloche hoje em dia, e se encantou com sua magnífica paisagem. Seus restos mortais repousam ali, no Parque nacional  Nahuel Huapi, numa ilha no meio do lago. Este primeiro parque nacional argentino também foi iniciativa de Francisco P. Moreno que doou grande gleba de terras das margens do lago para o governo criar o parque.

Em 2006 na Volta Patagônica que empreendi com o fotógrafo Renato Gama, chegamos na localidade de San Sebastian que é a fronteira de Argentina e Chile na grande ilha da Terra do fogo indo para Ushuaia.
Passada a aduana quis tomar uma coca-cola, remédio  contra um enjôo momentâneo, estacionamos os jipes e entramos num pub/café totalmente inglês naquelas paragens austrais...
Pedida a coca bien fria, descobri uns interessantes postais do povo patagão extinto.


Tiera del Fuego. Representacion del espiritu de Keternen o recien nacido hijo de Xáipen.
Cerremonia del Hain (iniciación de los adolecentes), celebrada por el pueblo Selk'nam ( Onas).
foto M.Gusinde 1923

Na época (antes de eu ganhar o livro) já interessado em assuntos patagônicos comprei dois postais.

Pinturas rituales para a Cerremonia del Hain (iniciación de los adolecentes), celebrada por el pueblo Selk'nam ( Onas).
foto M.Gusinde 1923
Só agora, em fevereiro de 2011, que li (o livro que ganhei em fevereiro de 2006) sobre a aventura da subida do Rio Santa Cruz até os Lagos argentino Viedna e San Martin em fevereiro de 1875,  por Francisco P. Moreno. Só hoje é que consigo entender um pouquinho mais esses postais.
O Perito descreve suas viagens em minúcias descrevendo inclusive, com seu olhar antropológico, suas relações entre os patagões fueguinos e de Rio Gallegos,"indios" tehuelches, mapuches, araucanos e mestiços.
Na primeira foto a figura do velho alto com um "quilango" de pele, espécie de manta para abrigar do frio, foi tão bem descrita pelo Perito Moreno no livro que hoje quase posso sentir o cheiro da foto.
He he... Os hábitos higiênicos fueguinos não incluíam o uso de muita água ao que parece. Também num frio daqueles... Que sempre chove, neva e faz sol no mesmo dia.
Na verdade, a mulher chilena que me vendeu a coca-cola e os postais havia me dito que o povo Selk'nam ou Onas tinha morrido de pneumonia na época dos missionários, por terem sido forçados a andarem vestidos de camisa de algodão que nunca secava naquele clima úmido...
Ela me contou isso parecendo uma inglesa falando com acento chileno, aliás San Sebastian, San Gregório, Puerto Natales na Patagônia Chilena podem servir de cenário para filmes ingleses, ovelhas também não faltam nessas "mesetas terciárias austrais" chilenas, e, graças ao Perito, também argentinas.

Despedida do Perito Moreno (o glaciar) em 2006 na Volta Patagônica. 
Glaciar Perito Moreno no post:

1962 Como tudo começou...


Olhaí.. vocação! eu aos 3 anos já a bordo de um jipe bandeirante... hehe...
Na verdade este jipinho de bombeiro de brinquedo era fabricado por uma empresa chamada Bandeirante ou Bandeirantes de São Paulo.  Era um grande fabricante de triciclos e coisas assim.
Infelizmente este aí era somente 4X2...

1992 Primeira Trip de Bandeirante


Sentindo os efeitos da altitude pela primeira vez nos Andes.
Parque Nacional Aconcágua AR. foto Nane

A viagem esta no post: